Ontem fui passear. Sabem, aproveitar o feriado, passar momentos especiais com pessoas legais, essas tolas coisas que os humanos tanto gostam.
Foi lá que me peguei pensando nas coisas que nós damos tanto valor. Estava de frente para a Lagoa,deitado na relva, uma pessoa especial ao meu lado e alguns amigos conversando e se divertindo. Tudo estava tão perfeito.
São poucos esses momentos, onde você pode simplesmente olhar para o horizonte e sorrir sem nenhum motivo em particular. Se sentir em harmonia com todo o universo.
Foi nesse momento que minha mente começou a divagar..
Será que é realmente necessário se manter conectado, produtivo, antenado, bem informado sobre tudo? Por que nossa geração sente essa necessidade de ser multi tarefa, buscar revolucionar tudo?
Até entendo que muitas coisas no mundo precisam melhorar. Outras realmente necessitam mudar completamente, mas será que nós não estamos exagerando um pouco, e muitas vezes, nos tornando rebeldes sem causa?
Será que nós precisamos mesmo ter tantos gadgets, smart-qualquer-coisa, super computadores de bolso on line?
- Ei! Amor! Onde sua mente está? Olha para mim!
- Hã? Eu?...
- É seu bobinho. Vem cá..
Nossos lábios se tocaram. tão suaves, tão doces... Lentamente toquei sua pele.. o ritmo da respiração dela mudou. Aquele risinho suave entre os movimentos tão coordenados. Nunca combinamos isso, no entanto, nossos movimentos são tão sincronizados...
Uau! Eu realmente não esperava por aquilo. Minhas preocupações se foram... Não posso dizer que não estava gostando dela, mas não é como se em algum momento eu tivesse mostrado algum interesse especial...
Agora minha mente viajava em outra direção. O que eu fiz.. por que aquelas coisas estavam acontecendo. Não que qualquer um destes pensamentos realmente tivessem alguma atenção. Tudo surgia e desvanecia quase instantaneamente. A mão dela me tocava, suavemente. uma eletricidade inesperada acompanhava cada ponto do meu corpo com um simples contato.
Agora já não penso mesmo em mais nada. Os movimentos continuavam perfeitamente sincronizados. até o ritmo da nossa respiração se assemelhava. E a freqüência aumentava.
A lagoa, o horizonte, o universo, tudo era só uma vaga lembrança. Só o que importava era ela. O momento.
-ACORDA, BELA ADORMECIDA!
-Hã? Eu?
-É, pastel. Caiu no sono aí. Mas já está na hora de levantar acampamento. Voltar para casa.
-Oh.. odeio a realidade.
-Rá!Rá!Rá! Ok, Bela Adormecida. Joga uma água no rosto, e volta aqui para ajudar a gente.
-Tudo bem.
-Ei! não fica com essa cara. Você sabe que eu não gosto de te ver zangado né, amor?
Voltei a sorrir.. talvez nem tudo tenha sido um sonho...E antes que eu esqueça... vou anotar aqui algumas coisas para pensar nelas depois.